#6 O Palhaço e a maquiagem da dor— O amor que buscamos nas palavras que calamos
Dos 16 aos 56 anos ele foi um palhaço circense. E só quando o circo que trabalhava fechou, é que ele atravessou a soleira da porta e foi para o mundo... mas não sem sentir dor...
“Sabe, doutor, eu parei de rir na semana passada e me senti mal. Eu entendi que ao mesmo tempo que era um trabalho, ser um palhaço maquiou muito além do meu rosto”.
No post anterior, #5 Quando aposentou o Palhaço, viveu o arregaço — O amor que buscamos nas palavras que calamos, começamos a contar a história do paciente que foi um artista circense por 40 anos. E somente aos 56 anos ele se dá conta de que ignorou os sentimos ruins de sua vida, como a morte da mãe e o abandono do pai, entrelaçando trabalho e vida. O trabalho era ser palhaço e a vida era fazer os outros rirem. Mas o riso se tornou um elemento que o impedia de olhar para todas as faltas.
— Toda vez que eu sentia alguma tristeza, eu fica ensaiando as piadas e a maneira com que eu iria rir. Sim, porque se treina como a gente vai levar o público ao riso.
— E isso era algo constante?
— A última vez que eu havia chorada foi quando meu pai me abandonou e deu uma desculpa esfarrapada… Mas eu não queria falar disso agora.
— Eu penso que você vem falando disso há mais de trinta anos toda vez que você transforma a dor em piada…
Para Freud, “os chistes tendem a liberar emoções reprimidas, aliviando a tensão psicológica. Os chistes são veículos para a expressão do conteúdo reprimido. O inconsciente encontra no humor uma maneira segura de revelar desejos e pensamentos que seriam inaceitáveis em outras formas de comunicação. Isso porque o chiste atua como um mecanismo para lidar com tensões e desprazeres. Ao contar uma história engraçada, parte da tensão reprimida é liberada, permitindo que desejos e conteúdos inconscientes sejam expressos de forma disfarçada. Sendo assim, por meio do chiste, o paciente pode se expressar de forma indireta, evitando a censura consciente” (link).
Foram anos de análise (atendimento psicoterapêutico) ao paciente que fora um palhaço durante décadas. Eu acredito em uma relação terapêutica que é uma via dw mão dupla. Nunca uma mão única. Ou seja, se lembramos dos casos é em razão de que lembramos das pessoas que estiveram em nossos consultórios. E não foi nada fácil para aquele paciente vir durante anos em meu consultório. E não, nem toda piada mascarava alguma dor. E não, nem toda vez que ele vinha nas sessões haviam piadas. Mas ele se deu conta de que muitas vezes as piadas eram usadas como um recurso para evitar a dor que estava represada dentro de ti.
E assim como o mar que desagua, a dor um dia retesada, também desaguou…
O amor que buscamos nas palavras que calamos
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Indicação de Leitura
Que nem sempre se relaciona com o conteúdo dessa Newsletter
A escola de dons especiais Victor é um adolescente comum, com expectativas comuns, poucos amigos e uma vida normal como de todo adolescente. Mas uma visita inesperada pode mudar todo o rumo de sua vida, e leva-lo para uma escola diferente, para pessoas diferentes, com dons especiais, uma escola de Tensei. Algos é uma escola para pessoas com dons especiais, onde Victor é levado contra sua vontade, pois acredita que não possui nenhum tipo de dom especial, mas isso é apenas o que ele acredita. Victor é um Tensei e terá que descobrir como utilizar seu dom para sobreviver a essa nova escola. Enfrentando desafios, aulas e treinamentos para aprimorar seu dom e se desenvolver como um Tensei.
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