Foto por Inominável Ser
15 de setembro de 2024, uma manhã de domingo na qual eu me preparava para ir ao segundo dia de um Evento Esotérico denominado Anisha Feira Mística. Um Evento que no citado dia e no anterior, ocorrido no Clube Nilopolitano, localizado na Cidade de Nilópolis, Rio de Janeiro, reuniu Expositores, Palestrantes, Artistas, Artesãos, Oraculistas e demais pessoas ligadas ao Universo Místico de diversas regiões do Estado do Rio de Janeiro. Horas antes de eu sair de casa, fui ao quintal e no chão me deparei com uma borboleta de asas negras e amarelas, contendo um pouco de verde e vermelho. Parecia ter saído recentemente do casulo e se movimentava ainda com dificuldade, sem força para voar.
Ou as asas dela estariam avariadas? Julgo ter uma boa visão, mas não notei nada de anormal nas asas dela. Pensei que a mesma voaria quando eu me aproximasse mais e decidi tirar algumas fotos antes que isso ocorresse.
Ela não se incomodou com a minha aproximação e resolvi, então, com todo o cuidado, posicioná-la na palma de minha mão esquerda. Delicadamente, com carinho, com suavidade e com afeto, conversando com ela, dizendo que não lhe faria mal, ela não se assustou e se entregou ao meu toque. Sempre quando dizem que nenhum Ser Animal não tem raciocínio, fecho os meus ouvidos para tal descrença e digo a mim mesmo que não creio nisto. Como se entendesse exatamente tudo que eu lhe dizia, a minha amiga sentiu-se confortável na minha mão, me dando a oportunidade para tirar outras fotos.
Eu sempre me dei melhor com ano Animais do que com Seres Humanos. Com exceção de minha saudosa mãe, a única pessoa com a qual tive uma verdadeira afinidade que até no silêncio dizia muitas coisas. Tímido e retraído, sempre tive extrema dificuldade em fazer amizades e até hoje sou assim. Adquiri um caráter antissocial e sou na maioria das vezes muito na minha, calado e observador no meu canto. Só tenho uma amizade, uma amiga parecida comigo no comportamento e na personalidade, uma pessoa que entende o meu modo de Ser porque carrega o mesmo que eu em si. Tirando isso, minha capacidade de criar e manter relacionamentos, até mesmo de simples coleguismo, são nulas, nem perco meu tempo me esforçando para me aproximar de alguém porque o meu próprio Ser não está aberto para isso. Talvez, em certas épocas, como na infância e na adolescência, estivesse. Hoje, não mais.
Tenho amizades e contatos virtuais porque me expresso muito melhor escrevendo. É mais fácil, para mim, assim, mantendo uma distância segura que faz com que muitas coisas sejam evitadas. Usando agora um outro “talvez”, talvez eu precise de um Tratamento Psicológico, mas isso é outra história… A história que conto aqui é a de uma manhã de domingo na qual recebi uma inesperada visita alada. Sou bastante sensível e me emocionei bastante sentindo o Ser daquela borboleta na palma de minha mão. Sempre tive vontade de ter assim uma em minhas mãos e naquele domingo de manhã foi a primeira vez que isso ocorreu.
A primeira e, talvez, a única. Borboletas são os mais livres dos Seres, com um curtíssimo tempo de vida. As que eu encontrei antes em minha casa não me deixavam chegar muito perto e voavam. A que se deixou relaxar em minha mão, ouvindo a minha voz, foi especialíssima. Houve um momento parado no Tempo em que eu nem mais tinha noção de que horas eram, nem que ainda era uma manhã. O Espaço se tornou também distante e restou apenas aquele momento no qual estive com aquela amiga pousada na palma de minha mão esquerda. Genuinamente, foi uma pequena experiência mística para quem acredita no que há além dos fenômenos materiais. Para mim, foi muito mais, tendo um profundíssimo significado que é quase impossível explicar em palavras…
Eu a deixei em meu Altar antes de sair de casa, Lugar Sagrado desta que chamo de Quarto Da Magia. Altar dedicado ao meu Sagrado Anjo Guardião (SAG), um Amigo Maior do qual me aproximo hoje como nunca me aproximara antes. O restante do domingo, na Feira Mística, foi de fecundidade e aprendizado, visto que eu objetivo era apenas Conhecimento, o qual adquiri assistindo as Palestras. Retornando à noite para casa, eu retirei a minha amiga do Quarto e a deixei ao ar livre, no tronco da laranjeira-da-terra que tenho no quintal da frente. Ao acordar de manhã, já não a encontrei onde a havia deixado.
Teria sido uma visita em um sonho? Não foi um sonho, as fotos comprovam.
Teria sido enviada por um Ser que, muito Elevado, queria me repassar uma mensagem? Com um terceiro “talvez”, digo que, talvez, tenha sido isso.
Teria sido apenas sorte minha eu ter tido um contato íntimo com um Ser cujas asas sempre são inquietas? Há essa possibilidade.
E muitas outras possibilidades também existem e miríades de indagações eu teceria aqui se continuar a me desdobrar nessas divagações. A experiência que tive, digo isto com todo o meu coração, ficará para sempre em mim como uma grande marca. Pode se repetir um dia com outra borboleta, mas essa primeira sensação de ter tão belo Ser próximo jamais será superada. As asas dela ainda batem em mim. As asas dela ainda estão em mim. As asas dela ainda pousam em mim.
E eu quero ser uma borboleta para poder voar para muito longe e pousar na Realidade mais distante das mãos que me prendem nesta Terra.
Giovani Coelho de Souza
O INOMINÁVEL SER
25 de outubro de 2024
19:54 h
🎧🎧🎧
A Inspiração para esta Crônica
Lily Chou-Chou - Glide
Da Trilha Sonora do filme
All About Lily Chou-Chou (2001)
I wanna be
I wanna be
I wanna be just like a melody
Just like a simple sound
Like in harmony
I wanna be
I wanna be
I wanna be just like the sky
Just fly so far away
To another place
To be away from all
To be one of everything
I wanna be
I wanna be
I wanna be just like the wind
Just flowing in the air
Through an open space
I wanna be
I wanna be
I wanna be just like the sky
Just fly so far away
To another place
I wanna be
I wanna be
I wanna be just like the sea
Just swaying in the water
So to be at ease
To be away from all
To be one, of everything
I wanna be
I wanna be
I wanna be just like a melody
Just like a simple sound
Like in harmony
🎧🎧🎧
Lindíssima reflexão! Um salve para as borboletas que nos lembram da brevidade da vida!