Como a decisão de fechar uma Editora impacta na vida dos escritores e escritoras?

Como o fechamento de uma Editora causada pelo calote de livrarias se reflete na empresa como um todo? Ou: sobre o futuro da IS Editora.

IS Editora

Leonardo E Dutra

Fabio Pires

, e 10 outros

out 10, 2024

Há alguns meses atrás a IS Editora quase fechou as portas, pois, levou calotes de diferentes livrarias. Para uma editora de grande porte, talvez isso seja algo corriqueiro. Contudo, para nós, uma pequena editora independente localizada em Curitiba PR, determinou quase que imediatamente o encerramento de nossas atividades. Determinamos um prazo para a nossa recuperação financeira, que não aconteceu conforme o previsto. E é justamente sobre isso que queremos conversar com você.

Manter uma editora independente é, primeiramente, um ato de coragem. Quase tudo sai do seu próprio bolso. E cada livro lançado é um ato de “fé” nos autores e autoras.

Mantemos a “fé” entre aspas pela razão de que não é no sentido religioso que utilizamos essa palavra. No caso da IS Editora, que faz parte da IS Impérios Sagrados, uma startup que possui, também, Cursos e Eventos, cada livro lançado é uma aposta de que a colaboração das escritoras e escritores irá acontecer. Quase uma crença de que o País da Maravilhas Existe, de que a Terra do Nunca está logo ali.

A realidade é sempre mais cruel quando você olha de perto. E se tratando de uma Editora, espera-se que a mesma torne o livro lançado um bestseller. E muitos autores e autoras querem que isso aconteça sem se envolver com a própria venda do livro.

Claro, existem escritoras e escritores que se envolvem ativamente na venda dos livros. Que colaboram para muito além do que a editora pede. Da mesma forma que existem editoras que não fazem absolutamente nada para valorizar os autores e autoras que publicam suas obras sob sua tutela. Mas nós aqui da IS Editora estamos falando da nossa experiência, portanto, iremos nos ater como o processo editorial impacta na decisão de encerrar ou não as atividades.

O fato é que desde que levamos os calotes e tivemos que parcelar até as “nossas famílias” no cartão de crédito (alguns parentes bem que mereciam), fizemos uma série de ações para que as vendas dos livros nos ajudassem a saldar as dívidas. Mas isso não aconteceu como o esperado. Colocamos o prazo de quatro meses para uma reunião que determinasse o que faríamos da startup IS Impérios Sagrados. Afinal, por mais que tenhamos uma divisão de atividades aqui dentro (Cursos. Eventos. Editora.), sabíamos que as dívidas da Editora superavam os outros caixas.

E quais as ações que foram realizadas, desde então, para tomar a decisão de fechar ou não as portas da IS? Com a meta de vender mais livros?

Primeiramente, mudamos a comunicação nos dois Instas que temos: @imperios_sagrados e @iseditora. Fizemos editais para a trazer mais escritoras e escritores para o nosso blog/site imperiossagrados.com.br hospedado no blog do Medium. Isso envolveu realizar pesquisas com formulários para ajustar nosso marketing. Além disso, abrimos o streaming da Mesa de Jogo de RPG on-line da em nosso canal no Youtube para atrair o público geek/nerd. Também investimos pesado na gravação semanal do Podcast IS que sai pelo nosso canal no Spotify e agora pelo Substack. Voltamos a realizar os Cursos da IS pela plataforma Sympla, sendo o primeiro: Como funciona o Substack e construir um público do zero? Nas últimas semanas, de uma forma totalmente inesperada, e com uma iniciativa vinda da equipe de escritoras e escritores do Substack e Medium da IS, lançamos pelo Catarse a campanha de financiamento coletivo da Imperium revIS, a revista e jornal da IS. Além disso, a participação no GREI — Grupo de Editoras Independentes de Curitiba e Região— que fomenta a literatura local, nos ajudou nas vendas dos livros da IS que estão na estanteis.lojavirtuolpro.com e que possuem selos editoriais distintos. E uma das ações mais importantes para que tenhamos, de fato, uma comunidade de escritoras e escritores engajada: a mudança paulatina de nossa comunicação para o Substack (sendo que no Substack abrimos três newsletters quinzenais). Isso sem mencionar o processo de editoração e lançamentos de livros como, por exemplo, o Psicografia das Ruas. Isso para falar, apenas, das ações mais gerais… além de fechar contrato para a publicação de HQs com quadrinista e designer de jogos.

Tenho certeza de que só de ler tudo isso você cansou, não é mesmo? Agora imagine que nós, especialmente da Diretoria da IS, estamos há meses no olho do furacão. Economizando ao máximo, revendo o calendário de lançamentos para que tenhamos um público maior e, acima de tudo, buscando atrair mais pessoas para que adquiram os livros em nosso catálogo.

Lançar um livro sem ter um público é como tosquia de porco: muito grito e nenhuma lã.

E tudo isso que estamos falando, impacta na relação com as autoras e autores da IS. Como dissemos acima, não iremos falar de outras editoras e sim da nossa. Temos mais de vinte escritoras e escritores dentro da IS hoje (essa semana vieram mais algumas pessoas de uma nova Antologia que lançaremos) e até a semana passada, somente quatro autores estavam participando ativamente em nossas redes sociais. Agora você que está lendo me responda: como vender sem a participação ativa de todas as pessoas envolvidas no processo? E tem gente que sempre nos dá a desculpa: “mas eu só escrevi um capítulo no livro”. Mas essas pessoas poderiam apenas repostas em seus stories ou comentar em nossos posts. Mas isso é, como dissemos, querer que o Peter Pan e o Capitão América saiam de mãos dadas pelo mundo.

Qual a sua responsabilidade enquanto escritora e escritor no momento em que a IS Editora disse: levamos calotes e estamos quase fechando as portas. O que você tem feito para nos ajudar a evitar que isso aconteça? Visto que somos um pequena editora?

Mas vocês estão cobrando que ajudem a IS? Se até aqui não ficou claro que estamos fazendo isso, então, SIM: ESTAMOS.

A produção e o lançamento de um livro é algo coletivo, bem como a sua responsabilidade na sociedade em que vive. Como, por exemplo, nas ações ecológicas. E ajudar a Casa que você faz parte, também é uma responsabilidade coletiva e que começa com ações individuais. E como fazer isso?

Marcar presença em alguma das mídias sociais que a IS possui ajuda e muito: comentando, compartilhando, marcando amigues… Mas então, qual a decisão da Diretoria da IS sobre o fechamento da IS? E como um fechamento impacta na vida dos autores e autoras da Casa IS?

No momento em que uma Editora fecha as portas, os contratos são automaticamente suspensos. O sonhos de ter sua obra valorizada e publicada pela editora morre. E tudo o que aquela obra poderia vir a significar para mais leitores, é interrompido. Pois, em geral, outra editora aceitar publicar o que já foi publicado, é algo raro. O livro precisa ter de fato uma excelente venda para que alguém queria lançar um produto que já foi lançado.

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Hoje a Diretoria da IS conversou, apresentou os prós e… decidiu que iremos manter as portas abertas! Não vamos nos entregar! Não tá morto quem peleia. E daqui para frente ficaremos com contratos que façam sentido para nós, com pessoas comprometidas em nos ajudar a sonhar mais alto.

Renovamos o contrato! Que venha 2025, esse safadão!

E você pode nos ajudar aquirindo as obras da IS Editora que estão com até 70% de desconto clicando na: estanteis.lojavirtuolpro.com

Indicação de Leitura

Que nem sempre se relaciona com a newsletter…

"Uma história divertida, sensível e esperançosa sobre o amor e o verdadeiro significado de família, que te fará entender por que o Vitor é um dos melhores autores atuais de YA." – Iris Figueiredo, autora de Céu sem estrelas e Confissões on-line

Jonas não sabe muito bem o que fazer da vida. Entre suas leituras e ideias para livros anotadas em um caderninho de bolso, ele precisa dar conta de seus turnos no Rocket Café e ainda lidar com o conservadorismo de seus pais. Sua mãe alimenta a esperança de que ele volte a frequentar a igreja, e seu pai não faz muito por ele além de trazer problemas.

Mas é quando conhece Arthur, um belo garoto de barba ruiva, que Jonas passa a questionar por quanto tempo conseguirá viver sob as expectativas de seus pais, fingindo ser uma pessoa diferente de quem é de verdade. Buscando conforto em seus amigos (e na sua história sobre dois piratas bonitões que se parecem muito com ele e Arthur), Jonas entenderá o verdadeiro significado de família e amizade, e descobrirá o poder de uma boa história.

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