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Pipoca na Manteiga #23 Aquela retrospectiva safada de leituras e lançamentos que arrancaram risos, lágrimas e pedaços de mim em 2025.

Uma lista danada de boa dos livros, séries e documentários que li e dos lançamentos que me fizeram sorrir ou chorar. E para 2026? O que você me recomenda?

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dez 26, 2025
∙ Pago

Quais os livros que eu li e que recomendo? E qual o motivo?

São apenas alguns… então não me cobre tanto rsrsrs

Foi uma retrospectiva safada, dessas que não pedem licença nem fingem neutralidade: livros que me arrancaram risos inesperados no meio do cansaço, outros que me fizeram chorar de raiva, de reconhecimento ou de puro desamparo, e alguns que levaram pedaços de mim sem devolver tudo no lugar. Teve leitura que me acompanhou no sofá, leitura que doeu no consultório, leitura que virou conversa de bar e leitura que ficou em silêncio por dias.

Também houve lançamentos em 2025 que me fizeram sorrir com a sensação rara de ainda haver pensamento vivo, escrita arriscada, literatura que não quer agradar algoritmo nenhum. Essa lista danada de boa não é ranking nem consenso, é corpo atravessado por páginas. E para 2026, eu te devolvo a pergunta como convite: o que você me recomenda ler para continuar pensando, sentindo e não endurecer? Este é o último Pipoca na Manteiga de 2025. A gente pausa, respira, digere. Retornamos em fevereiro de 2026.

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Café entre escombros

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Café entre Escombros é daqueles livros que a gente lê como quem senta para respirar no meio do caos. Fabio Pires pega o cotidiano, esse lugar aparentemente banal, e transforma em matéria viva de reflexão, afeto e riso meio torto. São crônicas e contos curtos, quase confissões, que falam de tempo, memória, solidão, infância, abandonos e recomeços sem jamais cair na autopiedade. Há humor, mas também silêncio. Há leveza, mas não superficialidade. Cada texto parece dizer que mesmo quando tudo vira escombro, ainda dá para passar um café e seguir. É um livro que acolhe, cutuca e devolve o leitor para si mesmo com mais delicadeza do que respostas. Ideal para quem gosta de literatura que não grita, mas fica.

Versos Pretos

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Versos Pretos é daqueles livros que não pedem licença para entrar, eles arrombam a porta e ainda ficam. Poesia que sangra, que ama, que denuncia e que acolhe ao mesmo tempo. Anderson Lemes escreve como quem transforma a própria vida em campo de batalha e de afeto, fazendo da palavra um gesto político, estético e profundamente humano. Há dor, claro, mas há também cura, pertencimento e um amor que salva sem romantizar o sofrimento. Publicado pelo selo Prete da IS Editora, o livro carrega o orgulho de representar uma literatura negra viva, pulsante e insubmissa, que nasce do chão da fábrica, da periferia, da memória escolar rabiscada nas carteiras e da urgência de dizer.

Mulher. Literatura. Identidade de Gênero: Violências do patriarcado e as resistências do Feminino

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Este livro chega como um soco teórico e, ao mesmo tempo, como um gesto de cuidado com a história do feminino. Partindo da Mulher-Maravilha como ícone de resistência e poder, a obra costura uma reflexão densa e necessária sobre o machismo contemporâneo brasileiro, sem suavizar suas consequências mais brutais: desigualdade salarial, violência, assédio, estupro, silenciamentos cotidianos. Mas o que mais me interessa aqui é como o livro vai além da denúncia e aposta na leitura crítica das representações do feminino na literatura, inclusive em obras LGBTI+, tensionando a norma heterocentrada e perguntando, com rigor, como as mulheres são narradas, enquadradas ou deslocadas nesses textos.

O Livro da Coruja

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Essa história começa com frio e chuva, mas logo esquenta o coração e bagunça a cabeça: acompanhamos Rafael, um homem velho e solitário, que tem a rotina atravessada por um livro falante e absolutamente inconveniente, daqueles que não pedem licença para virar a nossa vida do avesso. A partir daí, a narrativa vira uma viagem estranha, quase onírica, conduzida pelo Louco que narra a própria vida enquanto empurra Rafael para dentro de dúvidas, memórias e escolhas que ele vinha adiando. O noivado inesperado surge como promessa de salvação, dessas que a gente idealiza quando está perdido demais, mas o texto é esperto o suficiente para não oferecer respostas fáceis.

A Linhagem da Justiça: A Lenda de James Relsin’d II

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A Linhagem da Justiça — A Lenda de James Relsin’d II é aquele tipo de fantasia que carrega cheiro de mesa de RPG, dados rolando e histórias que nasceram do coletivo, mas que ganham corpo literário próprio. Acompanhamos James, herdeiro de uma linhagem apagada pela tirania, descobrindo que o passado da família não é apenas memória, mas convocação ética e política. O romance equilibra bem aventura, construção de mundo e conflito interno, sem pressa excessiva, deixando claro que o mais importante não é apenas derrotar um opressor, mas compreender o que se herda quando se carrega um nome, uma terra e uma história ferida. Como primeiro livro do Universo Impérios Sagrados, funciona tanto como porta de entrada quanto como promessa: há um mundo vasto em gestação aqui, e essa lenda inicial planta as sementes de uma saga que dialoga com fantasia clássica, épica e com a experiência viva de quem já contou essas histórias em roda, antes de escrevê-las.

A palavra que resta

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Esse romance do Stênio Gardel me atravessou com uma delicadeza que dói. Acompanhar Raimundo aos 71 anos aprendendo a ler e a escrever não é só testemunhar um gesto tardio de alfabetização, é assistir a um acerto de contas com tudo aquilo que lhe foi negado ao longo da vida: a escola, o amor vivido às escondidas, o direito de existir sem medo. A carta de Cícero, guardada por mais de cinquenta anos sem poder ser lida, vira o coração simbólico do livro, porque ali estão condensados o desejo, a perda e a espera.

Apocalipse nos Trópicos

Apocalipse nos Trópicos, de Petra Costa, é um soco calmo e persistente no estômago. Sem histeria e sem panfleto, o documentário acompanha como o cristianismo evangélico foi se entranhando na política brasileira até se tornar força decisiva na ascensão de Jair Bolsonaro, revelando alianças, discursos e disputas de poder que muitas vezes se escondem sob a linguagem da fé. Petra costura entrevistas com figuras centrais de lados opostos do espectro político, como Lula e Silas Malafaia, e expõe algo mais inquietante do que um embate ideológico: a transformação da crença em projeto de dominação simbólica.

Stranger Things

Stranger Things chega à sua quinta e última temporada como quem sabe que está se despedindo e resolve fazer disso um espetáculo emocional. Dividida em três partes e lançada estrategicamente entre novembro e o fim de dezembro de 2025, a série transforma o encerramento em ritual coletivo, quase uma vigília pop para quem cresceu junto com aqueles personagens. Hawkins já não é só cenário de terror, é território de memória afetiva.

A vida com Lacan

Este livro da Catherine Millot é daqueles que a gente lê com a sensação de estar espionando, com delicadeza, uma intimidade rara. Não é uma hagiografia de Lacan, nem um ajuste de contas, mas um relato afetivo, lúcido e às vezes desconcertante sobre a experiência de estar próxima de alguém que ocupava o lugar de mestre absoluto. Millot escreve com uma mistura de ternura, humor e coragem ao narrar essa sensação quase vertiginosa de ser vista por inteiro, de se sentir transparente diante de Lacan, como se ele detivesse um saber total sobre ela. É um livro precioso para quem se interessa por psicanálise, mas sobretudo para quem quer pensar o que acontece quando o amor, o saber e o poder se misturam de forma tão íntima que o próprio eu parece repousar nas mãos do outro.

A Pipoca só faz sentido com você na sala 🎥

Em 2025, o Pipoca na Manteiga foi atravessado por tudo aquilo que não cabe em categorias fáceis. Falamos de cinema como quem fala de sintomas, de literatura como quem escuta um sonho, de psicanálise não como resposta pronta, mas como método de sustentar perguntas. Passamos por Lanthimos, Clarice, pelos riscos da interpretação excessiva, pelo fascínio de ler demais e pela coragem de parar de ler quando o texto pede silêncio. Tocamos no corpo que não se reconhece como seu, nas violências explícitas e nas sutis, no estranhamento como motor de pensamento. Escrevemos sobre o Natal como lugar de afeto e de surto, sobre a família como abrigo e como campo de batalha, sobre a solidão que abandona e o estar só que sustenta. E, no meio disso tudo, insistimos em pensar, escrever e compartilhar como forma de resistência.

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