Pipoca🍿na manteiga😋 #11

Por que eu não consigo simplesmente ver um episódio e parar cada vez que abro a Netflix ou o Prime? Consumimos dez horas em uma sentada e ainda ficamos com a sensação de que falta algo.

O streaming transformou o tempo da narrativa em algo maleável, mas também voraz. Maratonar é prazer, mas também é sintoma.

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Quando penso nisso, lembro que o streaming não é só sobre narrativa, mas sobre vício em telas. A lógica do “veja mais um” se conecta ao mesmo mecanismo das redes sociais: dopamina rápida, estímulo constante, o cérebro pedindo sempre mais. Não é à toa que muitos descrevem a experiência de maratonar como “não consegui desligar”. Há uma captura subjetiva que beira o compulsivo. O que parece escolha é, muitas vezes, captura pelo design da plataforma.

Olá! Este é o Pipoca🍿na manteiga😋, nossa news semanal onde você entra assiste a várias estreias e espetáculos com um bilhete só: literatura, psicanálise, cinema, arte e cultura com sabor de sexta-feira. Nosso convite é simples: senta aqui com a gente (ou leia em pé busão , correndo no parque, com café na mão), porque o filme da vida ainda tá passando. Aqui você encontra 🎭 Literatura 🎬 Cinema 🧠 Psicanálise (sim, eu amo usar emogis) entrelaçadas no nosso cotidiano.

E aí entra outro ponto: a relação entre essa compulsão e a depressão. O excesso de séries consumidas sem pausa pode anestesiar, mas também agravar o vazio. Há quem use a maratona como companhia para não enfrentar o silêncio, mas termina afundando na mesma solidão que tentava evitar. O streaming se torna, então, não só passatempo, mas também sintoma de uma falta não elaborada.