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Pipoca🍿na manteiga #17

O Beijo que o Roteiro Não Explica: Desejo, cena e intermídia: a psicanálise como tradutora dos gestos que escapam à narrativa. O beijo é linguagem do desejo e do sintoma.

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nov 01, 2025
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“Eu sei que foi você, Fredo”, Michael Corleone.

The Godfather — Part II

Há beijos que não são apenas beijos. São rasgos na história, pequenos incêndios no roteiro. Sempre escapa algo entre o toque e a palavra: o que o personagem não diz, o que o diretor não explica, o que o espectador sente sem entender por quê. O beijo, no cinema, não é só erotismo: é sintoma, fenda, linguagem do desejo. E quando a câmera se aproxima, quando o som parece sumir e o tempo se suspende, o que estamos vendo é o próprio inconsciente tentando falar. Um beijo pode ser amor ou disfarce, pode ser gozo ou culpa. Pode selar uma paixão ou encobrir uma mentira. Na tela, ele é sempre mais do que um gesto, é o instante em que o corpo trai o roteiro. E quando o beijo não acontece, é ali que o cinema se torna psicanálise. O que não se realiza vira pulsão, e o espectador é lançado nesse intervalo entre o que viu e o que desejava ver.

Há também o beijo que acontece fora da cena e aquele que a gente imagina, que o roteiro só sugere, mas nunca mostra. O beijo cortado pela censura, pelo medo, pelo pudor social. Ele vive no fora de campo, onde o desejo é mais forte justamente porque é interditado. O cinema sempre soube disso: o que não se mostra arde mais do que o que se exibe. O beijo que não vemos é o espaço onde o imaginário do espectador completa a narrativa com o próprio desejo.

Este é o Pipoca🍿na manteiga, nossa coluna semanal onde 📚 literatura, 🎬cinema e 🧠 psicanálise se misturam num só ingresso: 🎭 arte e pensamento com sabor de sexta-feira (amo emojis). Senta com a gente (ou lê no busão, no parque, com café na mão): o filme da vida ainda tá passando.

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