Pipoca🍿na manteiga😋 #7
O que acontece quando a maternidade deixa de ser cuidado e vira controle? Não mais a mãe idealizada, mas a mãe em frangalhos? Distopias maternas e a mãe simbólica.
Tem algo de inquietante no modo como a ficção contemporânea vem redesenhando a figura materna.
Abro nossa conversa semanal com uma pergunta que não me larga: o que acontece quando a maternidade deixa de ser cuidado e vira controle? Na ficção recente eu vejo uma cena insistente. A mãe não é mais só figura privada. Ela se torna instituto, máquina, política do corpo. E eu, como leitor e analista, entro na sala escura para assistir a esse deslocamento que nos inquieta porque toca no início de tudo: quem nos deu linguagem, quem nos ofereceu o mundo, quem também pode nos negar o mundo.
Oiê, você! Este é o Pipoca🍿na manteiga😋, nossa news semanal onde você entra assiste a várias estreias e espetáculos com um bilhete só: literatura, psicanálise, cinema, arte e cultura com sabor de sexta-feira. Nosso convite é simples: senta aqui com a gente (ou leia em pé busão , correndo no parque, com café na mão), porque o filme da vida ainda tá passando. Aqui você encontra 🎭 Literatura 🎬 Cinema 🧠 Psicanálise (sim, eu amo usar emogis) entrelaçadas no nosso cotidiano.
Não mais a mãe idealizada, mas a mãe simbólica em frangalhos. Aquela que, na psicanálise, é menos uma pessoa e mais uma função: a que introduz o sujeito na linguagem, no desejo, na lei. É sobre essa mãe que distopias literárias e televisivas têm falado, com uma precisão quase cruel.
Na psicanálise, a mãe simbólica é função. Não é perfeição, é passagem. É quem apresenta a falta, quem ensina que o desejo existe porque algo não se tem. Quando essa função é sequestrada por poderes externos, ou ferida por traumas históricos, a história muda de registro. O sujeito deixa de nascer para o desejo e nasce para o medo. Em distopias, isso aparece como regra do jogo: o ventre vira território. O afeto vira norma. A palavra vira ordem.
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