Pipoca🍿na manteiga😋 #7

Ler para não enlouquecer! Por que mergulhar em um romance pode ser um ato de resistência psíquica?

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Há dias em que o mundo parece atravessar a gente como uma enxurrada. Notícias que se repetem, timelines que nunca descansam, tarefas que se empilham em uma exaustão contínua. Nesse cenário, abrir um romance pode soar como fuga, capricho ou até perda de tempo. Mas não é. Ler é um gesto que desacelera, cria fendas no real imediato e nos devolve à intimidade com aquilo que nenhum algoritmo nos entrega: o ritmo próprio do desejo.

Olá! Este é o Pipoca🍿na manteiga😋, nossa news semanal onde você entra assiste a várias estreias e espetáculos com um bilhete só: literatura, psicanálise, cinema, arte e cultura com sabor de sexta-feira. Nosso convite é simples: senta aqui com a gente (ou leia em pé busão , correndo no parque, com café na mão), porque o filme da vida ainda tá passando. Aqui você encontra 🎭 Literatura 🎬 Cinema 🧠 Psicanálise (sim, eu amo usar emogis) entrelaçadas no nosso cotidiano.

Quando mergulhamos em uma narrativa, seja a prosa delicada de Clarice Lispector, os labirintos de Borges ou os cenários distópicos de Atwood, deixamos que a linguagem nos trabalhe por dentro. A literatura não cura no sentido médico, mas nos preserva de um adoecimento mais sutil: o da alma que perde a capacidade de imaginar. Resistir à lógica produtivista, que mede cada minuto em função da utilidade, é também escolher ler sem “ganho” aparente. Nesse sentido, cada página é uma recusa: não vamos nos deixar esmagar pelo automatismo do mundo.

Para mim, escrever foi também um ato de tradução do indizível. Aquelas cenas de RPG que pareciam apenas diversão, quando ganhavam corpo na escrita, revelavam-se como metáforas de lutas internas e externas. Cada personagem que tombava em batalha ou ressurgia no papel trazia junto algo meu — dores que precisavam de linguagem, amores que precisavam de registro, feridas que precisavam de voz. Nesse gesto, descobri que a fantasia não é fuga, mas elaboração.

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