A alegoria
o charme
o corpo
o suicídio
os monumentos
o luxo
a vestimenta
o declínio
a moral
o social
a ideologia
a crença
a marca
a heterossexualidade
a homossexualidade
o estático
o emprego
o ser serpente
os costumes
a cultura
a continuação
a solução
o medo
o quarto
o silêncio
o pudor
a inocência
a coragem
a gentileza
a aparência
a festa
[…]
tudo regido pelo PODER.
segue:
Você é homossexual? Sem problemas! Agora você tem um modo de agir, pensar, sentar e se apresentar. O poder está agindo até mesmo sobre seu corpo, representando e criando outras formas de fazer o fascismo interno emergir. Fazer transição? Tudo bem! Se homem, agora vista seus trapos masculinos, adequadamente assim como o foi enxergado e, de todo modo, o jeito masculino de se vestir — o boné, o calção, a corrente, a ausência de batom. Se feminino, segue os padrões: peruca de longos fios de cabelo, maquiagem, gírias, posições, modo de andar e um quarto como queira. O poder emerge nessas relações, ainda falando sobre o corpo. Esqueça a relação DESTE poder com o estado. É maior que isso. É o poder de padrões, temperamentos, estilos, forças, desejos, E social. O seu ideal futuro — sua casa, família, filhos, animais de estimação (para te distinguir da animalidade) e carro de quatro portas está, também, no meio desse poder imposto, desse plano a ser seguido. Empregado? Bem, sei que você critica fielmente o sistema, pede a ruptura do trabalho (ou a diminuição dele), pois é exatamente com isso que o poder trabalha. Assim você pode vender suas artes anti-sistema, ganhando dinheiro, pregando a revolução e se tornando o modelo do jovem revolucionário, com camisetas de modelos exatos, de passeatas pacíficas e pregando a crítica ao grotesco. Estique-se ao plano ideal, de uma sociedade ideal.
O poder é produtivo, não repressor.
Segue II:
— O ANTI-ÉDIPO: UMA INTRODUÇÃO À VIDA NÃO FASCISTA ~~ Michel Foucault
• Liberem a ação política de toda forma de paranoia unitária e totalizante.
• Façam crescer a ação, o pensamento e os desejos por proliferação, justaposição e disjunção, e não por subdivisão e hierarquização piramidal.
Livrem-se das velhas categorias do Negativo (a lei, o limite, as castrações, a falta, a lacuna) que por tanto tempo o pensamento ocidental considerou sagradas, enquanto forma de poder e modo de acesso à realidade. Prefiram o que é positivo e múltiplo, a diferença à uniformidade, os fluxos às unidades, os agenciamentos móveis aos sistemas. Considerem que o que é produtivo não é sedentário, mas nômade. [(199)]
Não imaginem que seja preciso ser triste para ser militante, mesmo se o que se combate é abominável. É a ligação do desejo com a realidade (e não sua fuga nas formas da representação) que possui uma força revolucionária.
• Não utilizem o pensamento para dar a uma prática política um valor de Verdade; nem a ação política para desacreditar um pensamento, como se ele não passasse de pura especulação. Utilizem a prática política como um intensificador do pensamento, e a análise como multiplicador das formas e dos domínios de intervenção da ação política.
Não exijam da política que ela restabeleça os “direitos” do indivíduo tal como a filosofia os definiu. O indivíduo é produto do poder. O que é preciso é “desindividualizar” pela multiplicação e o deslocamento, o agenciamento de combinações diferentes. O grupo não deve ser o liame orgânico que une indivíduos hierarquizados, mas um constante gerador de “desindividualização”.
• Não se apaixonem pelo poder.
Excelente 👍🏾 texto parabéns 🎊🍾