Posto ante a fórmula
incrível e atormentada
víscera exposta feita de mármore
abre caco ao caso como mula de mascar
e na contramão do vento
nascido antes fosse
agora se joga em desafio
para o nulo desabafo
em movimento constante
não se fazendo como antes
mas sempre se fazendo como cisto.
Agora as próprias maneiras se convém em um beco
o sangue vira seco
a poeira vira tormento
o mundo vira desespero
o sol não existe
é pesadelo.
A viagem termina em breve
como um soco na B O C A
boca a boca
e nunca mais a mula besta oca
voltará a ser sincera novamente
[continua…]
ATENÇÃO
O poema não poderá ser continuado. O menino que escrevia o tento-seco se suicidou pela madrugada de ontem. As infinidades de acontecimentos, os puros grãos de vítima seca… oh, o charme! O que restará do poema agora senão a incompletude? O plano era: completar — e nem isso foi feito. O mar de enchente feito tijolo — é o chão esganiçado. Simples, rápido, curto. A cada poema terminado — ou não — aquele morre. Wally, a poesia é um estado de greve.
Fatos: o poema foi feito com o jogo constante de recortes de palavras inúteis em um papel.
O desgaste é serpente. O homem morto se remoeu em algodão — e daí?
O povo gasto é aquele que se distrai.
Enquanto as dobras linhas do acaso em lance estavam sendo retardadas, os leitores foram contornados a um excelente suicídio. Orquestrado, arranjado, temperado com palmito. Stravinsky arrancou os olhos! REPITO:
STRAVINSKY ARRANCOU OS OLHOS! OLHOS! OLHOS! OLHOS!
E os anjos que se guardavam em oração, tiveram as tripas arrancadas por um cão branco burguês. Começou a roda!
Duprat
Duprat de mil
Duprat de mil pratos
rasos
Dupr - calma! Sem mais tentativas poéticas! Agora é hora de apreciar uma boa música! Segue:
... Cacos ...