A tarefa de selecionar poemas para esse projeto é sempre desafiadora. Confesso não ter um critério avaliativo exato para fazer essa seleção, e tampouco justifico elas pensando em criar a melhor seleção para semana. Penso no espaço do nosso varal como um lugar para experimentar, divertir e expor algumas das nossas valiosas andanças através das palavras; e caminhar com palavras é um exercício poético de que gosto bastante. Posso escolher as mais bonitas na segunda-feira, depois escolher as mais tecnológicas na quarta-feira; já no sábado, quero as mais safadas, e no domingo, quero descansar sem rima, à sombra da estrofe.
Dito isto, espero que gostem da seleção desta semana e continuem enviando seus poemas para serem publicados aqui no varal; é toda quinta, mas nós lemos qualquer dia da semana!
exercício por Augusto Flores café repousa sobre a mesa posta mané apressado sob cano posto balé dos dedos entre costela torta mais um medíocre medo a ser superado passamos noite em apartamento fechado como esquecer coração penetrado és a memória em lábio imaginário correntes esbarram no meu calendário já não somos tão incendiários vaso florido em corredor vertical germinam cada uma das flores do mal nos olhos reticência, brevemente matinal
sério ou chucro por Greto Agrille Odor cítrico sabor místico riso cínico descendo as escadas até a rua outra vez mais um mês um a um exercício matemático quantos dias até a queda da Grécia? Te faço um pedido esperando que Tróia és tarefa de Hércules nascimento de Aquiles. Mereces justiça de Antígona pois não és mulher de palavras pequenas só a morte lhe roubaria beleza, Corifeia hasteio teus seios no espírito selo os lábios como silencia coração de Orfeu ante o olhar da própria sombra no reino dos mortos. Temo perder o Amor por confessar meu pudor às paredes flácidas do corpo carne presa entre dentes ainda ouço gritos são eles meus? seus? É a vontade do espírito é desejo agressivo romper o tédio do mito Sem data marcada ser sério quando brinco brincar de ser sério Limpar meu umbigo desenterrar as ruínas confrontar traumas nos braços do Dharma
beleza locomotiva
por Mônica Barros
A beleza escapou pela fresta
da janela
diverge a tensão
mistifica o belo
e as cores entre o mel e bronze
desconhecido
foste causa de completa distração
tal sorriso voluntário
de se perceber no olhar
dentre tantos olhares na locomotiva
à memória em verso
por VTS Rodrigues
perco poemas
como perco
chaves, ônibus
me aborreço
logo, esqueço
caneta em mãos
se falhar é pecado
deus gozou cedo
diabo tem fetiche
ninguém explica o ódio
que sente a fome
não sou violento
todo sangue é arte
meu povo morre
quem faz a arte?
caucasiano de olhos azuis
um sete um
um cinco sete
estresse, oração
foi sete belo
não, sete bala
afio a lâmina
destravo a nove
abaixo o vidro
logo, esqueço
o som,
o gosto,
o beijo.
não é só memória
esqueço tudo
para lembrar
que matar o verso
é dissecar a origem
de todo universo.
Não basta saber nadar para sobreviver uma tsunami
por Gabriel Bernardo
Procura-se:
ㅤUm lugar para se afogar.
no nada
eu nado ㅤes pa ça do
sem rumo
estou de passagem
ㅤnesse rio.
se nado
ao contrário daㅤalma
desconheço o euㅤ?
ㅤe não sou
ㅤnada.
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