A finitude provoca a sensação indescritível e fugaz da qual paixão alguma satisfaz, em meu seio escoa multidão capaz de romper peito aberto, melhor dizendo, os miolos caídos no chão. Tudo que desejo tem razão irracional e tudo que roubo tem indícios de sabotagem, com exceção desses versos meus que mastigam minha alma, sinto que posso ser o pássaro e a pedra lançada por Exu.
O tempo é inevitavelmente fatal—Ao passo que o meu sorriso torna a ser como dores gris e não sou capaz de sustentar tal vida em minhas mãos, mesmo assim, sou metamorfose dos planos enganosos que traço para mim; e que bom poder contar com os abraços no caminho.
Faço da minha vida uma carta de amor e despedida.

amor comedido por cinoma ollem comendo pelas beiradas pratos de porcelana talheres de prata bebericamos vinho sua mão estendida entre vinhas e mitos uvas rupestres, ervas seresta no tempo sobre o tapete da sala carinhos indivisíveis átomos calor cadenciado quer ouvir aquela do Zezo? decida é o quarto ou elevador seu batom ou o corredor será que a pressa também é inimiga dos amantes?
pureza por Kaneda G. sua forma pura nasceu na escuridão como o chá das pétalas de uma flor se eu não a ver, talvez enlouqueça de amor em meu próprio caminho perdido, sem retorno
A teia dos desejos por Gabriel Bernardo As unhas costuram a vida tecendo linhas em nossa pele assim como aranhas criam sua teia cuidadosamente para capturar as suas presas. Nunca soube ser aranha, ou, aquele mísero inseto aguardando a morte às vezes sou ambos. Sou o confinamento carne, ossos e juntas. Somente vontade. A vontade que dissipa no sabor da fome. A vontade que dissimula o rosto do amor. A vontade que crucifica o Deus criador. A vontade que morre antes do gozo.
O culto a dor e o nascimento da poesia Augusto Flores As sombras da igreja engolem a praça onde crianças despreocupadas brincam Os meus olhos inundam mas no céu não há nuvens e o azul é tão denso e opressivo. Nunca aprendi a rezar, pecador, mesmo após ter decorado cada palavra das oraçõesnunca aprendi a rezarUm desvio, atalho não voltamos para velhas perguntas. Uma vez o espelho contou uma mentir para mim desde então nunca mais parei de mentir com medo de ser tudo aquilo que me fizeram acreditar. Um corpo, um número um voto, um negro um sonho perdido. A solidão engole a minha voz ao acordar, ao dormir semanas sem abrir a boca; Até cultivar um ninho de aranhas na garganta capturando palavras como pequenos insetos prontas para enfeitar um poema fui obrigado a acreditar que era poeta. Talvez a maior mentira que me convenci até hoje.
entre o sono passageiro vagam os anjos por Mônica Barros observo as nuvens descansando pintura do céu, descaso tais olhos queimando molhados pela chuva sonho, sonho e sonho cicatrizes expostas aos primeiros raios de sol e o misterioso temor de que voltem a sangrar como a primeira vez sono, sono e sono mãos vazias, angústia rasgando páginas no estalar da brasa afoitando sombras como açoite sonho, sonho e sonho assassinei a solidão na última sexta-feira de julho cobri o cadáver numa manhã de sábado senti luto ainda no fim da tarde chorei o domingo inteiro perdi o sono enxuguei os olhos pendurei na janela assistindo os pássaros sentados no topo do prédio acreditei no sonho limpei o quarto escondi as armas acendi uma vela deitada na cama te vi na praia convidativa deixei pegadas que não se apagavam com as ondas sobre o céu rastros de estrelas desenhavam um corpo celeste respirando no vácuo pude sentir ser levada pelo único sonho da minha vida não era sono
Quer ter o seu poema publicado aqui em nosso Varalzinho? Manda uma mensagem para nossa equipe!
São cinco poemas toda semana com diferentes temas e formatos, selecionamos alguns para serem recitados em nossa página no Instagram acompanhem o nosso trabalho por lá também.
Informações Extras:
O nosso catálogo de livros está com frete grátis para todo o Brasil, acesse nosso site e conheça o trabalho dos nossos autores.
Site IS
E-mail para envio de originais: imperiossagrados@gmail.com
Instagram: @imperios_sagrados e IS Editora
Podcast: Podcast IS




