Ô menino!
Ô menina!
Ô menine!
Tome jeito nessa vida para deixar dessa tua besteira e mandar um poema para nosso varalzinho, vamos deixar o povo todo ver as palavras dançando e balançando.
Íris
por Mônica Barros…e o voo raso dos pássaros
rumo ao horizonte
talvez explique,
as vezes em que a luz
refletida em teus olhos
é mera incidência
indecência inocente
lágrimas secas
caindo no mar
onde nasce sol
nuvem, pintura
figuras sagradas
anjos repousam no céu da manhã
e teus sentidos, descrevem o divino
com palavras bobas: oxe menino, graças a Deus!
Jardim
por César FilhoUm belo pomar no horizonte
recente nascimento das flores
primavera trouxe um amor
com ele veio o desejo
subi num pé de jambo
levei uns frutos para casa
pensei em dar de presente para minha amada
tanta coisa crescendo no meu jardim
parecia algo que nunca vivi
senti que era a época de sentir
entregar para ela algo simples
mas que para mim valia mais que ouro
um sinal de amor singelo, carinho
quanto tempo que não vejo isso?Pendurado no murinho da vizinha
olhava ela brincar com uma corda
pulando com suas primas
quis me enturmar
forma com ela um par
deixar para lá esse medo
correr para sua casa logo cedo
pensado em te dar um beijo
coisa que nunca fiz na vida
só via na novela, pratiquei no espelho
um menino esperto, ligeiro
indo do rio ao limoeiro
contando que amava alguém
do outro lado do murinho
e ria, como ria
esse sabor passageiro
de sentir por outro
o que sentiu pela mãe primeiro.
Aquários
por Emanuel CanolaCárcere de apartamento,
janelas fechadas,
dores fictícias e um pássaro em silêncio.
[sempre odiei aquáriosLá no fundo,
entre pedras,
algas, sentimentos.
[peixes tem sentimentos (?)Não se queixam,
indo e vindo,
esperando alguém alimentar ocasionalmente.
[isso se não morrerem de fomeQuando percebemos que a jaula
não existe, ela passa a existir.
[espero te mostrar o mundo um dia
24horas
por Augusto Floressinto que nas primeiras 12
tento não morrere ao meio-dia
tento sobreviverapós as 18
tento viver
—muitas vezes em vãono limbo da madrugada
sou amor, ódio e nicotina.
Sem título
por Greto AgrilleSão belas flores brancas
balançando ao vento
cortejadas pelo pretume nulo
convergente no espaço.A insônia insidiosa
jaz em meus olhos
carregando lágrimas
que nunca despencam;Observo sem sair das cobertas
as quase estrelas no céu
os quasimodos a perambular
bosques e ruelas.Os primeiros sinais de disforia
transparentes em olhos desconexos
castanho escuro obsidia
flutuando pelo quarto eufóricos.Brasas banham a ponta do cigarro
neblina pouco aparente
as mãos do assassino
tremem teatralmente.Já era difícil discernir as aparências
numa noite de inverno, um inferno
crápula por natureza e cínico
explicaria ao delegado quando amanhecer.
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"primavera trouxe um amor
com ele veio o desejo", será o Varalzinho de Quinta sobre isso?