O que dá no pé de quem já pisou no meu crânio? É, bicho-de-pé!
Morrer é o mínimo, você tá entendendo? Viver é que é fora da curva, e só entendi essa merda depois que eu morri, feito gato com todas as suas sete vidas ameaçadas—arrepio os pelos, mostro as garras, ameaço—faço o que for preciso para me manter vivo.
Não tenho medo de perder outra vez.
O saber de um vaso de flores
por Mônica BarrosA terra úmida
onde tudo cresce
onde tudo morreEu me criei de tinta
como as lendas que li
e as histórias que ouviUm dia serei árvore.
topografia trabalhista
por…mas você, diga o que quiser dizer
se eu for tentar explicar
já desgastou demaisé só isso
e basta
suficientementeolhar para os seus olhos
querer segurar a mão
ouvir o rompimento das cordas vocais
o coração atravessando as costelasvocê;
residente do pequeno interior do peitovocê;
que também é espelho pro euvocê;
lembra tanto um passado que já vivivocê;
quer tanto ser imutávelmas eu,
vem ser mais eu
juntinho
colado
um café coado
e um pouco de vida
no que respiramos
em intervalos
entre expediente de trabalho
Sem título
por Emanuel CanolaA mudez é iconoclasta
põe silêncio em linguagem
dos sentidos privados —
oculto.
repita o processoAnálise tentativa erro
observo padrões
assimilo as fugas
descarto a certeza.tudo fora em vão —constatei
Não basta ar para estar vivo
respirar é ação do verbo
facilmente escapa as mãos.suspiro
Antecipo alegorias
coisifico o medo
somos primos
moramos juntos
desde os treze
agora a morte
sedimenta a casa
apalpo os lábios
desconheço o sabor
e o calor áspero.É esperança (?)
ver no espelho
semelhança;
Sou belo
não pela beleza.Rebenta o passado
aprendizado em doses
anestesias sintéticas
pensamentos acústicos
aparando gritos
avenidas inteiras
descendo ou subindo
ladeiras da vida.Escrevo sempre uma carta de despedida
para um dia que nunca chega;Acho graça, espero tanto pelo fim
continuo buscando meios
Inu 犬
por Kaneda G.primeiro raio solar
janela da manhã
todas suas amêndoas
beijam as rugas sonolentas do meu coração
Onde se encontram as flores?
por Augusto Floresnunca entregues
ao destinoflorescer no asfalto
pisar machucaDeus se rende
as flores mortassuas tantas
vontades, desejosvasos, buquês
cartas de amordetalhes dispensáveis
adornos distintos
coroas, espinhos
pescoço, coraçãojardim no peito
pequeno cemitério
florescendo entre túmulosdeclarações de amor eterno
somente deuses conhecem tal sacrifício.
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Denso como poucas vezes já senti...
Eitxa coisa boa! Bora pra fora...