O Alienista
por Gabriel Bernardo
Estou começando agora uma nova etapa em minha vida, com o desconhecido pela frente é difícil sentir tranquilidade quando o meu futuro está em jogo depois dessa decisão. Não importa o quanto eu saiba que vai ser uma mudança positiva, ainda que tenha consciência que seja para o melhor; sinto a ansiedade fazer os meus olhos rodopiarem querendo escapar do meu crânio.
Parece exagero, mas é como me sinto quando tenho que tomar decisões que vão influenciar completamente a minha vida, seja mudar para um emprego melhor, abandonar algum projeto para priorizar a saúde mental, até mesmo, se vou acordar mais cedo no meio da semana para se exercitar ou dormir mais uns minutinhos.
Não há perigo para o homem que sabe o que a morte e a vida significam—Percy Shelley
Seguimos nossas vidas caminhando constantemente, simultaneamente assentando a terra sobre nós, como se ela própria não nos esmagasse em resposta, e sempre haverá uma decisão a ser tomada que mudará o rumo da nossa vida completamente. Acho isso de um perigo incalculável! Como é que eu vou imaginar que beber uma caipirinha no bar do Samuca numa sexta-feira poderia causar o cessar das minhas faculdades mentais; e aqui não estou falando da estupidez comum da embriaguez, mas em como a decisão de sair para beber e comemorar acabaria resultando no consumo de metanol por acidente e fatalmente acabaria com a minha vida.
Diria até ser injusto, mas não creio haver justiça na lei da natureza, do contrário o agiota da minha rua não teria motivos para contratar o filho do Samuca para cobrar os juros, consequentemente eu teria que aceitar o inferno dos outros, tamo junto Sartre!
O melhor que podemos fazer, comumente, é o melhor que fazemos; por vezes sentimos que é muito pouco, mas o pouco que se faz já é mais do que a inércia inevitável do conforto; escolher fazer é uma variável ativa que te projeta para vida, ainda que seja para o fim desta, não escolher também é uma variável, mas é exatamente aquela em que sinto que nos é imposta: conforto na miséria.
A miséria aqui é a extinção do desejo; quando o indivíduo se torna apenas escravo da emulação, uma busca que revela exatamente aquilo exposto no espelho que estamos encarando. A ausência. O vazio. O outro. Não por que nele existe algo que nos falte, na verdade, é essencialmente por sermos o que somos que como indivíduos abdicamos voluntariamente de si pela a ilusão do paraíso do outro.
Quando não há possibilidade de existir; a escolha se torna ilusão de vontade. Sinto que sou roubado do sentimento de ser. Tento lembrar isso para mim mesmo todos os dias, esqueço com mais frequência do que gostaria.
Construir algo novo está relacionado a transformar, mudar e, em algum aspecto, destruir.
Não estou sugerindo que devemos estar dispostos a tomar metanol para se sentir vivos; O que quero dizer é que algumas decisões, aquelas que nos causam as maiores angústias, muitas vezes são as únicas capazes de realmente nos garantir alguma mudança em nossas vidas, ainda que haja um risco de uma grande falha. Também é importante ouvir nossa intuição, engolir o nosso orgulho e encarar o horizonte antes do espelho.
Espero conseguir fazer as escolhas que façam sentido para mim, sejam certas ou erradas, quero ter a possiblidade de existir.
Não mexe na minha estante!
—A justiça é o diálogo e o acordo entre muitos e nunca a decisão e o poder de um só
A frase gravada nas casas dos cidadãos do reino representa a Deusa Zaurin e sua irrevogável justiça, também nos antecipa do impacto grandioso dessa figura desde o início da jornada. Nessa história vamos acompanhar a lenda de James Relsin’d II que, atendendo ao chamado da própria Justiça de Zaurim, buscará uma revolução ao lado da Rainha Tróia contra a tirania de Arcadium Gerra’d.
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