Só sei que foi assim #16
A paz só será real quando a Palestina existir
O Alienista
por Welyson Pereira de Almeida

Quando paro para escrever hoje, não consigo tirar da minha cabeça que precisamos falar sobre a guerra em Gaza e o acordo de cessar-fogo. Hoje, dia 13/10, o Hamas e Israel colocaram um fim no conflito armado com a libertação dos 20 reféns que ainda estavam em cativeiro em troca dos prisioneiros palestinos, ao mesmo tempo em que finalmente o caminho para a ajuda humanitária foi aberto para a população de Gaza. Mas será que essa paz será duradoura?Cessar-fogo em Gaza traz alívio e simbolismo, mas a paz verdadeira seguirá distante enquanto não houver justiça, soberania e reconstrução política genuína
Como bem escreveu Fernanda Magnotta ao jornal CNN, embora o acordo de paz forçado por Donald Trump a Israel e ao Hamas coloque um fim ao conflito que dura mais de 2 anos, as lacunas do plano norte-americano são exatamente os pontos que não permitem uma paz verdadeira na região e que apontam o verdadeiro caminho para soluções mais duradouras e dignas: a formação do Estado Palestino.
Recentemente fizemos um episódio do nosso podcast para falar sobre o documentário Sem Chão (2024), onde discutimos a ocupação israelense na Cisjordânia e os crimes humanitários que ocorrem na região, tendo como ponto de vista o que o documentário nos apresentou e o que vem acontecendo na Faixa de Gaza, mesmo que não tenhamos estudado a história das duas regiões com mais afinco. Esse conflito tem raízes milenares, agravadas pelo ocidente colonizador.
Donald Trump discursou hoje no parlamento israelense, mas esse discurso mostrou o limite dele e de Netanyahu sobre o assunto, quando dois integrantes do Knesset (Parlamento de Israel) foram expulsos do evento por erguerem um cartaz com “Reconheça a Palestina” escrito em árabe. Sem esquecer que Trump pediu que Israel perdoasse Netanyahu em casos de corrupção, um movimento que ele vem fazendo a outros líderes aliados a ele.
Precisamos ficar atentos para que, agora com o fim do conflito armado e a provável diminuição da atenção da mídia sobre o Oriente Médio, não nos esqueçamos da luta pela soberania palestina e não nos tornemos alheios à opressão e tirania que Israel vem empregando contra eles. A guerra na Faixa de Gaza teve episódios traumáticos sem precedentes para um povo sufocado pela luta.
Por isso, mais do que celebrar o cessar-fogo, é urgente compreender que ele só terá sentido real se for um passo rumo a uma paz que respeite direitos, vidas e culturas. O mundo não pode aceitar que a Palestina continue relegada à condição de território negado; é preciso cobrar responsabilidade internacional, apoiar a reconstrução e lutar para que o direito à soberania seja reconhecido. Apenas assim a palavra “paz” deixará de ser um rascunho frágil e passará a ser uma realidade possível.
Não mexe na minha estante!
Hoje gostaria de recomendar uma das séries que foi uma grande surpresa para mim, mas que vive no meu coração desde o primeiro episódio. “Ted Lasso” é uma série de comédia que acompanha um técnico de futebol americano contratado para treinar um time de futebol inglês, sem entender quase nada do esporte. De início, pensei que seria uma série sobre esporte, mas na realidade ela é muito mais do que isso.
Mais do que falar de esporte, a série trata de humanidade. “Ted Lasso” é sobre amizade, vulnerabilidade, crescimento pessoal e sobre como pequenas atitudes de bondade podem transformar vidas. É uma obra que faz rir, emociona e, no fim, deixa aquela sensação boa de que ainda dá para acreditar em pessoas melhores e em conexões verdadeiras.
Quando pensava no que recomendar hoje, após falar sobre a paz em Gaza, “Ted Lasso” surgiu na minha cabeça com muita força pela principal lição que ela nos trouxe:
Quem avisa…?
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Lembro de Hannah Arendt, uma filósofa judia alemã, falando sobre a questão da formação do Estado de Israel e a guerra sem fim que isso desencadeada... Ela estava certa.