Só sei que foi assim #2
Será que a nossa convivência precisa ser assim tão difícil? Evitando usar aquela palavrinha tão carregada de significado para não espantar leitores...
O Alienista
Eu não sei como foi que eu me interessei por política desse jeito, só sei que foi assim. Em Só sei que foi assim #1, texto de estreia da nova newsletter aqui da IS, o escritor Welyson propõe uma reflexão sobre o avanço de políticas fascistas nos EUA, inspirado por uma reportagem sobre a prisão de imigrantes e o filme A Lista de Schindler. Ele traça paralelos com a Alemanha nazista e critica a normalização da opressão. Ele também aponta a conivência da mídia ao desviar o foco de temas urgentes. Destaca o papel da arte como denúncia. E alerta para o controle de redes sociais por figuras inegavelmente fascistas como Elon Musk (vale a leitura da news).
Quer dizer que todas as news terão esse cunho? Não. Até porque somos em três criaturas que escrevem a essa nova publicação semanal (ainda falta o Bernardo dar as caras por aqui). Continuando…
Talvez pela minha primeira formação ser em filosofia, é que o questionamento que quero propor, sobre a nossa convivência em um mundo comum e a própria arte de escrever, tenha brotado com força. Será possível que, por exemplo, pessoas que queimam livros e desprezam a literatura, saibam dividir o mundo em que vivemos comunitariamente?
Por mais óbvia que a reposta possa parecer, é preciso esclarecer a importância de nos darmos conta de que dividimos o mundo em que vivemos: pela diversidade e pluralidade. E “aquela palavrinha tão carregada de significado”, que omiti no título “para não espantar leitores” será usada agora: política! Abracadabra! Pirimpimpim! Sim, partilhar um mundo, como compartilhamos o nosso, é falar sobre política. Quer queiramos ou não. Se você está lendo essa news agora, é em razão de que politicamente foi decidido que o atual local onde você mora, permite que você leia e tenha acesso a internet.
“O que é política? A política se baseia no fato da pluralidade humana. Política diz respeito à coexistência e associação de homens diferentes. Os homens se organizam politicamente para certas coisas em comum, essenciais num caos absoluto, ou a partir do caos absoluto das diferenças. Enquanto os homens organizam corpos políticos sobre a família, em cujo quadro familiar se entendem, o parentesco significa, em diversos graus, por um lado, aquilo que pode ligar os mais diferentes e por outro aquilo pelo qual formas individuais semelhantes podem separar-se de novo umas das outras e umas contra as outras”, afirma a autora judia-alemã Hannah Arendt no livro A promessa da política, e nos faz refletir sobre as implicações da pluralidade humana, ou seja, do que significa viver no mundo em que vivemos, dividir a Terra que habitamos? (por homens, leia-se mulheres também; a citação é da autora e foi escrita na década de 1960).
Deixo de lado aqui toda a questão do parentesco. Me centro especificamente em explorar o sentido de que por mais incrédulos que nos possa parecer, existem pessoas que sequer pensam no bem comum ou, dito de outra forma, não se preocupam em fazer desse mundo, nessa breve instante que temos aqui entre a vida e a morte, um lugar melhor para se viver. Se a política se baseia na pluralidade humana, então, será que não deveríamos nós, também, olhar par a diversidade que nos cerca? Será que deportações em massa e prisões sãos as únicas respostas possíveis?
“Qual é o significado da política? O significado da política é a liberdade”, afirma Hannah Arendt. E falar sobre o sentido da liberdade como sentido da política é entender a democracia como uma maneira de viver a convivência nesse mundo. Ao valorizarmos a pluralidade e a diversidade criamos outra forma de “vida”, uma segunda “vida”, só que em comum e não mais isolados, erigindo propriamente uma entidade social que forma o mundo como um todo.
E os que queimam livros, perseguem arbitrariamente os outros e fazem do preconceito o seu modo de vida? Levando muitos à morte?
Para mim, pensar a política a partir da liberdade, como propõe Hannah Arendt, é resgatar a ideia de que viver com os outros, em um espaço comum, é o que realmente nos torna humanos. A liberdade não acontece no isolamento, mas quando nos arriscamos a aparecer diante dos outros, a dizer quem somos, a agir. É nesse encontro com a pluralidade que a política ganha sentido e a democracia deixa de ser apenas um sistema para se tornar uma forma de vida. Quando reconheço a diversidade como riqueza, compreendo que só existe mundo e liberdade quando construído junto, no entre nós.
Não mexe na minha estante!
“Este livro me conquistou desde as primeiras páginas. É um romance de alta fantasia que mergulha numa trama envolvente, cheia de segredos, lutas e descobertas. Acompanhar James Relsin’d II em sua jornada para resgatar a memória de sua linhagem e enfrentar a tirania que assombra seu povo foi uma experiência emocionante. O mundo de Zaurin é rico, com uma mitologia própria que nasce das mesas de RPG e ganha vida com intensidade. Recomendo essa leitura porque ela me fez lembrar por que gosto tanto de fantasia: pela capacidade de nos fazer sonhar, resistir e imaginar outros futuros possíveis”. (recomendação da obra por Jeremias Ravier).
Adquira a obra clicando aqui!
Quem avisa…?
Estamos passando por mudanças em todo nosso planejamento dentro da Impérios Sagrados, não esperamos encontrar a fórmula mágica para vender livros (mas até que gostaríamos). Nosso objetivo é continuar sonhando junto com a nossa equipe, criando novos livros, revisando textos, diagramando e movimentando o Substack: formando uma verdadeira comunidade. Você pode fazer parte!
Nosso calendário semanal de publicações agora é de Segunda à Sexta, ocasionalmente podemos ter publicações especiais nos fins de semana.
Segunda: Só sei que foi assim… [esta news assinada pelas três vozes da Diretoria IS]
Terça: Autoras e Autores do Grupo do Substack IS
Quarta: Podcast IS por: Welyson Pereira de Almeida. Essa semana temos o episódio: The Last of Us 2ª temporada!
Quinta: Varalzinho por Gabriel Bernardo (você já enviou o seu poema para nós?)
Sexta: Pipoca na manteiga por: Cristian de Quevedo. Essa semana será a vez do tema: O amor está em cartaz?
A Mesa de Jogo de RPG da IS, que você pode conferir clicando aqui, terá jogo essa quinta (sim, temos o nosso lado nerd, que alguns chamam elegantemente de geek). Para quem curte jogos de tabuleiro e role-playing game, é uma tela cheia! (gostaram do trocadilho??)
📍Mais informações:
Site: www.imperiossagrados.com.br
Catálogo dos livros: estanteis.mycartpanda.com
E-mail para manuscritos originais: imperiossagrados@gmail.com
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