O Alienista
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O que é Arte? Melhor, pense no que não é. O que você sente quando pensa em Arte?
Eu penso especialmente no ato de se perceber notando a beleza das palavras se encaixando num poema, quando, ao fazer uma leitura, surge o pensamento: impossível, impossível essas serem as mesmas palavras que também saem da minha boca.
escoar rastro divino
crasso cuspepoesia somente é plausível
imagem e semelhança
serem mesmo o sexo de Deus
Tudo começou quando estava fazendo a leitura do livro O Ato Criativo, escrito por Rick Rubin, passei uma tarde folheando as primeiras páginas desta obra enquanto aguardava ser atendido no posto de saúde. Senti febre constante durante essa semana intensa trabalhando na livraria, o meu corpo estava avisando que precisava descansar um pouco.
Dificilmente vou aceitar esse descanso quando estou com tantas preocupações na cabeça, mas tentei focar minha atenção para aquela leitura e esquecer a minha vida. O autor trata o Criar de uma forma muito mais espiritual do que imaginei a primeira vista. Os capítulos são breves tratando os assuntos com pontualidade, frescor enquanto ele traça uma conexão entre eles, Rick mostra a forma como enxerga o ato de criar e torna esse o centro da narrativa. A criação como extensão do espírito do Criador, onde o artista é capaz de decodificar aquilo inscrito na natureza à sua maneira, seja através de uma música, poema, pintura, etc.
Andei perambulando pelas impressões sobre as diversas manifestações artísticas que cercam o meu cotidiano. Os álbuns que escuto, preocupo-me se em algum momento isso não esvazia um pouco aquilo que sinto, especialmente quando divido esse espaço com a opinião do outro.
Acredito ser importante levantar discussões sobre obras, ouvir as impressões que outra pessoa conseguiu ter acerca de um mesmo trabalho. Porém, há momentos em que sinto isso roubar de mim a experiência do sentir quando se intelectualiza demais um conceito ao ponto da obra deixa de existir ali. O que está diante de mim é qualquer coisa menos a Arte.
é o que penso, não aquilo que sinto. já não sinto. morre então sufocada entre tantas camadas de conceitualizações. cuspo no espelho vulgar de uma tentativa, não a vejo mais em reflexo algum e será a natureza, catástrofe de todo nós. o impossível de reproduzir. inferno da transformação.
Eu quero sentar, respirar fundo e aproveitar uma obra de arte naquele momento. Estar presente com o sentimento que está ali naquele lugar, ou texto, seja ele qual for o formato escolhido pelo artista. Viver primeiro, analisar depois.
Falo isso por crer que em alguns momentos complicamos demais as coisas quando elas deveriam apenas ser apreciadas, tudo vira uma derivação informacional que se conecta com outro pedaço de arte e se compara a outra obra feita por outro artista num outro século, mas então não era para ser original?
Sim, parece mesmo, acho que não é? Será? Eu não sei, talvez seja uma ideia parecida.
Escrevi parte desse texto ainda no ano passado, nem lembro direito onde queria chegar, mas queria saber como outras pessoas enxergam a arte, como é para você esse processo de enxergar o mundo e a arte?
Não mexe na minha estante!
Ainda nesta semana comecei a ler o livro Versos Pretos escrito por Anderson Leme, escritor da casa IS, conheci seu trabalho primeira vez seus poemas em seu Instagram onde assinava o projeto como Rhytman da poesia, compartilhando seus poemas e algumas leituras.
Desde que comecei o livro sinto que estou atravessando grilhões com as palavras que Anderson usa para descrever as dores que respirou ao longo da sua vida. Ouço ressoar a vida dos invisíveis, excluídos e marginalizados, escorrem como sangue tingindo a calçada e o azul refletido nas lágrimas.
Não há nada escondido aqui, e o que o autor faz é escancarar as cicatrizes deixadas pela história.
Compre o seu exemplar acessando aqui, aproveite o frete grátis: Versos Pretos
Quem avisa…?
Estamos passando por mudanças em todo nosso planejamento dentro da Impérios Sagrados, não esperamos encontrar a fórmula mágica para vender livros (mas até que gostaríamos). Nosso objetivo é continuar sonhando junto com a nossa equipe, criando novos livros, revisando textos, diagramando e movimentando o Substack: formando uma verdadeira comunidade. Você pode fazer parte!
Nosso calendário semanal de publicações agora é de Segunda à Sexta, ocasionalmente podemos ter publicações especiais nos fins de semana.
Segunda: Só sei que foi assim… [esta news assinada pelas três vozes da Diretoria IS]
Terça: Autoras e Autores do Grupo do Substack IS
Quarta: Podcast IS por Welyson Pereira de Almeida.
Quinta: Varalzinho por Gabriel Bernardo (você já enviou o seu poema para nós?)
Sexta: Pipoca na manteiga por Cristian de Quevedo.
A Mesa de Jogo de RPG da IS, que você pode conferir clicando aqui.
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Eu li (ou tentei ler) " O caminho do artista" da Julia Cameron... Odiei kkk tudo é um ato de Deus e o problema de ser criativo está em se conectar com Deus... Deus vsf caraio kkkkkkk eu penso que a arte é muito mais... MUITO mais... Ela é humana... E isso sim é infinito e maravilhosamente imperfeito.