12# Live da mesa

VÉSPER – O Ladino Entre Sombras e Guerras (Éttore)

Não sou como eles. Não comando exércitos, não carrego cajado algum nem converso com deuses. Eu me movo nas sombras. Em Zaurin, enquanto os grandes falam sobre heranças e linhas do tempo, sou eu quem atravessa os becos do caos, quem vê de perto o sangue, a fumaça, o medo. Eu estava lá quando os portais se abriram. Quando as primeiras flechas cortaram o céu e os gritos anunciaram o início do fim. Estou no coração da guerra, sem coroa, sem glória — apenas com minha adaga, minha capa e minha dúvida.

Os elfos recém-despertos mal sabem como segurar uma espada. São jovens de trezentos anos que nasceram ontem. E sou eu quem corre entre eles, guiando, desviando, matando quando preciso. O plano era simples: ganhar tempo, manter posição até os reforços chegarem. Mas nada se mantém simples em Zaurin. Korlyng e James Relsin'd II têm o comando estratégico — eu cuido daquilo que ninguém quer ver. Os desertores, os traidores, os que sussurram mentiras aos ouvidos dos vivos. Se essa guerra vai ser vencida, será nas sombras — e é ali que eu habito.

Vésper não é sacerdote, não é imperador. É lâmina nas trevas. Em Zaurin, entre os gritos e o aço, ele dança com a morte como um velho parceiro. Silencioso, letal, invisível às canções dos bardos, ele combate o caos em sua forma mais crua. Porque toda guerra tem um herói oculto. E, desta vez, é o ladino quem escreve a história — com sangue, silêncio e precisão.

O MESTRE – O Artífice de Lendas (Cristian)

Eu já não era mais o Cristo. Tornei-me o Artífice de Lendas — aquele que não apenas narra, mas constrói os próprios pilares do mundo com as palavras, as consequências e os silêncios. Enquanto os jogadores tentavam se situar na realidade alterada, preparei a vastidão como uma réplica cósmica da antiga cidade dos deuses. Alguns reconheceram o chão sagrado, outros apenas as ruínas do que poderia ter sido. Eu observei, e apenas movi o mundo com um sutil erguer de sobrancelha.

A vastidão agora é um novo plano divino, nascido da vontade e da perda, e repleto de armadilhas invisíveis. Cada gesto dos personagens, cada diálogo com o passado distorcido, acionava um novo ciclo de revelações. Kalien, Monserrat, Jeremy Javier Firenze… nomes que mudam de função na história. E cada um deles saboreia o destino como um vinho envenenado servido lentamente. Como mestre, minha função é apenas uma: queimar a lenda para revelar a essência.

E assim, das mãos do Artífice, fluiu o destino de deuses e reis. Ele não governa com espada, mas com lembranças reordenadas. Quando os mundos se partem e as vozes do tempo se contradizem, é ele quem entrelaça os fios e os desafia a caminhar sobre pontes que talvez nunca tenham existido. É dele o martelo que reescreve os mitos — e seu nome jamais será mencionado no panteão, pois sua glória vive na ruína dos heróis.

DARKASSAN DRAGONON – O Operador das Guerras Perdidas (Adriano)

Me colocaram de volta no jogo como imperador, herói e assassino ao mesmo tempo. Dizem que fui eu quem matou Monserrat, que salvei Bellos e arranquei as forças universais de seu corpo. Mas isso não é verdade. Pelo menos, não a que eu lembro. Eu era só um fazendeiro. Agora, minha esposa Aidana me olha como um traidor e meu povo me aclama como um salvador. Estou no comando de um milhão e setecentos mil elfos... e ainda não sei se acredito na história que me foi dada.

Organizei as tropas, dividi os comandos, convoquei os dragões e abri os portais. Em Zaurin, a batalha não espera. Korlyng Handel't, James Relsin'd II e Diuwen já devem estar em movimento. Mas cada passo meu carrega a dúvida: se sou mesmo o Imperador que a história celebra, por que o gosto da vitória me parece tão amargo? A noite me observa. E algo nela me reconhece — não como comandante, mas como réu.

Em meio ao renascimento dos elfos e à iminência da extinção, Darkassan marchou como um imperador feito de dúvidas e aço. Seus olhos fitaram os campos de Zaurin onde o destino será selado não por glória, mas por verdade. Entre o mito do herói e a realidade do exilado, ele lidera os últimos filhos de um povo ressuscitado em direção a uma guerra que talvez nunca lhes pertencesse.

NEFESH – O Sumo Sacerdote da Vastidão (Welyson)

A vastidão, por fim, é divina outra vez — mas o preço foi alto demais. Carreguei o cajado de Seth, reconstruí os portais entre os planos e, ao fazê-lo, apaguei os mortos. Quando retornei, meu corpo estava curvado, gasto como um ancião, e minha alma... minha alma sabia que algo estava errado. Tudo ao redor reluzia com o ouro dos deuses, mas em cada parede havia o vazio de Monserrat, apagado da história como se nunca houvesse sido. A vastidão me responde, mas não com amor: com peso.

Senti a Noite me seguir. Aquela presença maldita não queria Bellos. Queria a mim. Talvez por tudo que eu vi, por tudo que eu ainda lembro. Falei com Darkassan, mas até nossas memórias não batiam. Ainda assim, seguimos juntos. Eu precisava enviar reforços — James Relsin'd II e Korlyng estavam nos esperando. E se algo ainda me resta de sagrado, é a obrigação de manter essa história viva — mesmo que ela tenha sido reescrita contra nós.

Assim caminha Nefesh, o último guardião da memória verdadeira. Seus joelhos vacilam, mas seu espírito abrasa. Nas encruzilhadas do tempo e do plano celestial, é ele quem conversa com as estrelas, escuta os deuses esquecidos e pressente a aproximação da Noite. Com o corpo curvado, ele sustenta o peso do cosmos — pois quando a verdade é enterrada, resta apenas a fé dos que resistem à mentira.

A guerra chegou! E com ela os sacrifícios de um plano milenar que destruiu muito mais do que estava previsto.

A mesa de jogo está com jogadores novos. E estamos com as portas abertas para aventureiras que queiram fazer parte das nossas aventuras. Acreditamos na diversidade e pluralidade de identidades de gênero. Ou seja, queremos mais mulheres em nossa mesa de jogo. Não queremos uma mesa composta somente por homens. O combate ao machismo e sexismo precisa acontecer em todos os ambientes.

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